"Uma noite de lua pálida e gerânios
ele viria com boca e mãos incríveis
tocar flauta no jardim.
Estou no começo do meu desespero
e só vejo dois caminhos:
ou viro doida ou santa.
Eu que rejeito e exprobro
o que não for natural como sangue e veias
descubro que estou chorando todo dia,
os cabelos entristecidos,
a pele assaltada de indecisão.
Quando ele vier, porque é certo que vem,
de que modo vou chegar ao balcão sem juventude?
A lua, os gerânios e ele serão os mesmos
— só a mulher entre as coisas envelhece.
De que modo vou abrir a janela, se não for doida?
Como a fecharei, se não for santa?"
Adélia Prado
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Este poema é lindo, né?
Já tinha lido antes, mas sem saber que era da Adélia. A razão de eu ter colocado aqui, hoje, é porque li a crônica da Marta Medeiros, que citava partes do poema acima... Mas, infelizmente, estava num consultório médico e não tinha meios para copiar!
Procurei pela internet e nada... Se achar a crônica, vou trazer correndo para cá. Acho que vocês irão adorar, assim como eu!
3 comentários:
É essa aqui? http://perfildemulher.blogspot.com/2008/05/eu-quero-ser-martha-medeiros.html
Ah, respondi o meme ;)
É essa daí...
Valeu Cris, fico te devendo uma!
Bj
Adélia e Marha Medeiros, duas almas encantadas!
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