domingo, 16 de dezembro de 2007

Terapia viciante

Tenho tido pouco tempo para vir aqui e escrever tudo que tenho vontade. Mas vou tentar ser mais disciplinada e colocar em dia meus pensamentos. Fico bem melhor quando consigo fazer isso, diariamente. Quando escrevo, consigo me concentrar naquilo que está me preocupando. É um dos raros momentos que consigo ficar sozinha com minhas idéias e pensamentos. Mesmo que esteja num ambiente com barulho em volta, consigo me concentrar e até que sai direitinho. Não posso reclamar.
Li que Woody Allen não passa um dia sem escrever. É como uma terapia para ele. É quando ele conversa consigo mesmo, redescobre seus conflitos e angústias e soluciona seus problemas. Enfim... coloca para fora o que está preso, precisando sair.
É claro que não chego perto da genialidade de Allen, mas consegui encontrar uma coisa em comum com ele e outros tantos, que transformaram a escrita num vício.
É engraçado, como depois que a gente passa a escrever através de um teclado de computador, a escrita manual fica em segundo plano e totalmente obsoleta. Não escrevo com caneta, nem lápis, há muito tempo....
Confesso até, que minha mente não funciona bem quando preciso escrever num papel. A simples idéia de escrever à mão, me causa arrepios. A letra sai feia e sinto dificuldade de registrar com rapidez minhas idéias. Só de pensar que não terei como deletar(sem rasuras), copiar e colar em outro parágrafo, ou simplesmente salvar um texto para continuar depois, é um forte motivo para continuar achando o computador a melhor opção.
Já ouvi uma escritora(acho que foi a Raquel de Queiroz) dizer que o computador, não é a melhor alternativa para se escrever, pois normalmente deletamos tudo aquilo que não gostamos e muitas vezes estamos jogando fora uma idéia, ou um texto brilhante, que irá nos fazer falta mais adiante. É... pode ser verdade, mas isso pode acontecer também numa folha de papel, não há muita diferença. Uma vez perdida, a idéia não volta mais. A não ser que tenha ficado guardada na memória.
Acho que isso acontece, mais frequentemente, com as letras de música, poemas, poesias e livros. Quantos versos devem ter sido perdidos em cima de mesas de bar, ou esquecidos eternamente em guardanapos de papel.
Ahhh, como queria poder fazer esta pergunta para Vinícius de Morais...

6 comentários:

A que está escrita. disse...

Eu também estou tentando fazer o exercício de organizar minhas idéias (quase sempre caóticas!!)escrevendo um blog! É um prazer, mas, quandõ o tempo parece ficar pequeno para o mundo de coisas que surgem, fica difícil demais manter a disciplina.
Mas o melhor mesmo tem sido ler os blogs, ver gente que escreve bem, que gosta disso e descobrir afinidades,
Nossa, adoraria fazer tantas perguntas para o Vinícius!!! Inclusive essa!!! beijos!

Rebecca M. disse...

Olá, Andrea,

Que bom que gostou do meu "sonho/pesadelo"...

Também gostei muito do seu blog!

Virei mais, sem dúvida!

E quanto ao vício de escrever, é tudo verdade! rsrsrs!

Mas eu tb gosto de escrever em cadernos, folhas soltas, nas margens dos meus livros... enfim, o suporte pode variar, mas o fato é que ficamos mais vivos quando escrevemos! Não antes, não depois, mas durante o processo de escrita...

Bjos pra vc!

Beth Blue disse...

Escrever também é a minha terapia (e o blog meu confessionário, hehehe).

beijos

Cris Ambrosio disse...

Certamente, escrever é uma grande terapia.

E o mesmo acontece comigo à respeito do papel! No computador é incrível como tudo flui, à mão parece que a linha de raciocínio trava, sei lá o.O

ℭacilhας, ℒa ℬatalema disse...

Olá Andrea!

Escrever pra mim é uma catarse… as idéias surgem desgovernadas, como trem descarrilhando, e vão tomando forma no papel ou na tela do computador.

Quando vejo o que escrevi é tarde: já tem vida própria e saiu correndo, não me restando nada além de observar e parir mais algumas idéias.

De qualquer forma, escrever é o que me faz criador e deixar a criatura livre é o que me faz livre. Assim, é preciso criar – ou escrever – compulsivamente para perseguir a liberdade.

[]'s
Cacilhas, La Batalema

Arnaldo Heredia Gomes disse...

Andrea,

Escrever também me faz bem, mas, às vezes, me dá um tipo de travada. Ou então, é preguiça mesmo. Muitas idéias me surgem quando estou no carro, dirigindo em diração ao trabalho. Aí, parece que vai pintar um texto ótimo e, de repente, às voltas com os problemas na empresa, acaba tudo se esvaindo.

Acho, entretanto, que o processo é este mesmo. Eu preciso encontrar um processo pra escrever. Cada um tem um método. Eu não tenho nenhum. Escrevbo o que me vem à cabeça. Desordenadamente!