sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Nossa aldeia "blogal"

Parei hoje para pensar e percebi como a gente vai formando um círculo de amizades pela blogosfera e nem se dá conta da extenção disso. Acaba descobrindo pessoas bem legais, interessantes, com afinidades parecidas e gostos semelhantes. Convivemos diariamente com seus pensamentos, suas dúvidas, seus medos, suas alegrias, suas descobertas, suas crenças, suas convicções, seus amores, e mesmo sem conhecer pessoalmente, a gente acaba criando elos...
A vida de cada um vai se revelando pouco a pouco e começamos a fazer parte do seu universo também. Sem perceber, estamos formando laços de amizade e cumplicidade. Nos tornamos muitas vezes mais próximos e íntimos, do que um amigo que vive do nosso lado ou está ao nosso alcance.
A troca de comentários se transformam em diálogos virtuais, onde todos falam o que querem sem receio algum. Acredito que sejam opiniões sinceras, de pessoas que não tem porque mentir, nem comentar quando não estão a fim. É uma relação transparente, sem cobranças, tão frequentes no nosso dia a dia e que muitas vezes acabam detonando os relacionamentos.
Muitas vezes a gente escreve um blog sem saber direito no que vai dar e se alguém vai ler. É um espaço único e você faz dele o que quiser.
Alguns começam como um desabafo e acabam como terapia. E nesta viagem de auto-conhecimento acabamos fazendo descobertas, mudando de opinião, cultivando amizades e revendo valores. É uma maneira de viver incógnita, mas presente, num mundo cada vez mais globalizado. Vivemos um paradoxo! As pessoas mais próximas de nós e de nossos pensamentos estão geograficamente mais distantes, impossíveis de se encontrar para um bate-papo. Já as que vivem por perto e estão disponíveis acabam sendo as mais superficiais e desinteressantes. Vai entender...
Bem, estou aqui divagando, mas não é à toa. Estou neste blá-blá-blá por um único motivo, que mexeu muito comigo e nem sei explicar bem o porquê. Soube ontem (atrasada) que o marido da Fal, uma blogueira conhecida aqui no Brasil, faleceu. Não era leitora assídua do blog dela, visitava só de vez em quando, mas fiquei comovida com a quantidade de pessoas que se solidarizaram com seu sofrimento. Tinham amigos e leitores anônimos, que só se revelaram para dividir a dor do momento, como eu. Achei impossível passar pelo blog e não deixar um recado. Era o mínimo que podia fazer. Apesar dela morar em São Paulo e eu no Rio de Janeiro, parece que fazemos parte do mesmo universo, pertencemos a mesma aldeia "blogal". E isso fez toda a diferença.

3 comentários:

Annix disse...

Genial, Andrea! Vc foi quem melhor conseguiu descrever essa dinâmica. Eu penso sempre nisso, mas ainda não consegui organizar as idéias com tanta clareza. Mas não preciso mais, tá tudo aí ;-)
(Pois é, esse assunto me fascina - minhas amigas mais próximas, todas vieram através do blog!)
:-*

Beth Blue disse...

Esta dinâmica é mesmo fantástica, tenho percebido cada vez mais nos últimos tempos. A gente começa a conhecer um pouco da vida das pessoas, ler suas idéias e opiniões e quando percebe, vai se conectando aos amigos dos amigos, através da indicação de links de blogs de amigos e por aí vai. E assim o círculo cresce a cada dia.

Muito interessante mesmo! E a Annix aqui de cima não apenas é uma grande amiga blogueira como amiga de carne e osso mesmo (tenho a sorte de morarmos na mesma cidade!!!).

beijos do outro lado do Atlântico...

Andrea Drewanz disse...

Que sorte a de vocês duas!
Uma amizade além das fronteiras físicas e geográficas...
Beijos