domingo, 19 de agosto de 2007

O gosto amargo do silêncio

Hoje saí para passear pela manhã. Fez um dia de sol maravilhoso e queria aproveitar o domingo. Afinal, passei os últimos dois dias com uma enxaqueca das boas. Não sei se alguém já teve ou costuma ter, mas as minhas começam com umas bolas piscando no canto dos olhos e depois se alastram e não dá pra ver mais nada direito. É simplesmente aterrorizante...Não consigo fazer nada. O pior é que depois desta discoteca cerebral, vem a dor de cabeça lancinante. E ela perdura por dias...

Como hoje me senti melhor, resolvir encarar uma ida à pracinha, onde existe um sujeito que vende pequenos hamsters, que ele chama de tupolino, objeto de desejo do meu filho mais velho. Estava disposta a comprar o tal tupolino, só assim teria mais paz em casa. Vocês não sabem o que é a cobrança diária de uma menino de 7 anos, armado de milhões de argumentos e disposto a tudo para convencer os pais de que precisa de um animalzinho de estimação. Sei que não deveria ceder tão fácil a seus apelos, mas minha paciência tem um preço e R$ 5 não seria um prejuízo tão grande...


Foi então que me preparei psicologicamente e encarei o desafio. "Vamos comprar o bichinho!". Fomos até a pracinha, estacionamos o carro e começamos a olhar para ver se víamos o tal dono dos tupolinos. Nada do sujeito!!! E olha que ele é fácil de identificar. Usa um boné com orelhas de mickey e fica sentado dentro do parque fazendo seu marketing com as crianças. Esperamos alguns minutos e nada dele aparecer...

Fizemos de tudo...brincamos, corremos, compramos estalinho, bola de sabão, tudo que criança gosta de comprar em pracinha. E nada do "Ratoman" chegar. Foi quando resolvemos ir embora. Eu feliz da vida, porque tinha conseguido, pelo menos por mais uma semana, adiar o inadiável.

Pegamos o carro e partimos... foi então que meu coração apertou. Para voltar para casa precisamos contornar a praça toda e na hora em que passávamos novamente pelo local... a surpresa! Eu e N. (meu marido) vimos que ele estava lá, já com seu indefectível chapéu!!! Meu filho nem percebeu, entretido que estava com sua bolinha de sabão... mas a gente se olhou e calou... Foi terrível!

Estou até agora sentindo o gosto amargo do silêncio e não vejo a hora de chegar domingo que vem para comprar o bichinho que meu filho tanto quer. Pode ser desculpa, mas não consigo ser durona, nem quando a situação está a meu favor.

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