terça-feira, 14 de agosto de 2007

Mit Luftpost ou Via aérea

Já tinha me esquecido de como é bom receber cartas. Digo cartas mesmo, de papel, com envelope selado, escritas à mão e com tinta esferográfica. Vindas de longe então.. É ainda mais gostoso, tem sabor de viagem e cheiro de avião. Dá até pra sentir. Me desculpem o exagero, mas garanto que sinto...

Chegou para mim tão inesperadamente que até pensei que o porteiro tivesse trocado de apartamento. Mas foi só olhar as letras e a cor do envelope que logo soube de onde era... e o coração começou a bater mais forte.

Era da minha querida tia Christiane, alemã, casada com o irmão de meu pai e uma das únicas pessoas que conheço, que ainda gostam de escrever cartas e dispensam as facilidades da vida moderna, como computador, emails e coisas afins.
O simples ato de rasgar o envelope e ver o que ela havia escrito me fizeram muito feliz. Nestas horas é que a gente percebe como o contato com o papel escrito à mão mexe com nossas emoções. Confesso que uma das coisas, que mais tenho gostado ultimamente é o de receber por email os comentários de vocês sobre o blog... é tão bom saber que meus pensamentos têm ecos...

Mas com a carta foi diferente. A gente acaba sabendo que por trás daquela escrita, uma pessoa deixou gravada sua marca, suas impressões, sua identidade. Ela teve que fechar e postar manualmente aquele envelope, selar e enviar pelo correio. Um ritual desses só para poder se comunicar? Seria mais fácil usar o telefone... e ainda bem que não usou.

Posso estar sendo meio piegas ou romântica demais, mas levantem o dedo quem nunca gostou de receber por correio um cartão postal, ou um presente, ou até mesmo um livro ou CD que tenha comprado via internet. Pode ser qualquer coisa, uma surpresa ou uma encomenda esperada, não faz diferença...a emoção de receber pelo correio é boa demais.

Soube através da carta que todos estavam bem de saúde, que passarão as férias numa casa alugada na Toscana e que viajarão ano que vem para o Japão para uma série de apresentações ( ahhhh, meu tio é maestro e dos bons). Mas melhor ainda foi saber que eles sentem muitas saudades e não vêem o dia da família inteira poder se reunir novamente..."quem sabe no Natal?"

É, quem sabe... mas se não der, com certeza, mandarei uma carta escrita por mim. Faz toda a diferença...

5 comentários:

Luma Rosa disse...

E por incrível que pareça, a última carta que recebi foi de uma amiga que fiz no virtual! Bom demais! Ultimamente recebemos pelo correio somente mala direta! Beijus

Anônimo disse...

Que saudade das cartas escritas á mão. Engraçado, passei a minha adolescência inteira esperando as cartas que minha prima me mandava justamente da...Alemanha. Lembro do envelope colorido diferente do brasileiro...

Labelle® Paz disse...

Ahhh!
Que delícia deve ser alugar uma casa na Toscana!!!
Pretendia dar uma passada por lá essa ano ainda, mas tive que fazer umas mudanças nos planos... Se tudo der certo, ano que vem...

Quanto às cartas..... Tenho dois grandes amigos que SEMPRE me mandam cartas e cartões postais.

Ele, mora aqui no RJ também, mas quando viaja, a cada cidade que passa, escreve um cartão e envia para mim.

Ela, mora no interior de SP. Desde que voltou para a cidade dela depois da faculdade, me escreve cartas. Claro que a gente se fala por telefone, por msn e deixa scraps no Orkut também, mas as cartas parecem que nos remetem aos tempos da faculdade e da adolescência.

Eu até hoje ainda mantenho uma pasta de papéis de carta... Não a que eu colecionava na infância... Muitos eu já enviei pelo correio. Mas todas as novas caixinhas que compro, coloco nessa pasta e aguardo um momento para enviá-las aos amigos que estão distantes. Quero manter esse hábito!

Beijocas!

Carol Arêas disse...

Andrea,

Apesar de eu ser uma super usuária das facilidades virtuais _ mail, banco, compras online, etc, etc _ sempre dei o maior valor aos detalhinhas de uma cartinha escrita a mão. Sempre mantive o hábito de visitar os correios e mandar cartões em datas especiais, um texto especial que alguma amiga minha iria adorar receber, um livro e até mesmo flores e chocolates compradas pela internet.

Mas, depois que vim morar no Canadá, isto ganhou um valor ainda mais especial para mim. Quando o carteiro passa e enfia pelo buraco da porta e aquele monte de cartas cai se esparramando pelo chão é uma festa!

Nada se compara à emoção que é reconhecer uma letra querida no envelope!

Beijos.

Carol Arêas disse...

Ui, eu quis dizer detalhes e não detalhinhas!